Tragédia escolar

17/10/2011 16:02

           

            O dia amanhecera chovendo. Às seis e trinta a chuva deu uma trégua. Elaine, a patricinha, decide ir à escola; pega sua bolsa de marca, retoca a maquiagem e sai à rua com o caminhar vacilante.

            Era seu primeiro dia de aula numa escola pública; chegou cheia de nojos. O sino batera e ela ainda estava no banheiro a passar batom. Não puxou conversa com ninguém; ficou ouvindo música sem letra pelo celular até que a professora pediu que ela lesse o aviso: “Proibido o uso de celular”.

            As três primeiras aulas passaram; os professores se apresentaram e falaram sobre suas expectativas para com o novo ano letivo. A patricinha só sabia mexer os cabelos e lixar as unhas.

            Chegou a hora do recreio. Havia barro por todos os lados. A patricinha comprou qualquer coisa na cantina e voltou para sala. Quarta aula: Educação Física. Elaine foi ao banheiro colocar uma roupa adequada à prática de esportes, já que estava de salto e saía rosa.

            Saiu do banheiro; fez cara de nojo e corria na pontinha dos pés para a quadra quando se espatifou no chão. Elaine se levantou, digamos, com pose; passou a mão nos cabelos, sujos de barro, e começou a chorar. Correu para o banheiro e lá ficou até que as aulas terminassem.

            Já era quase meio dia quando os pais dela chegaram à escola a sua procura. Ninguém sabia do paradeiro da menina. Procuraram por toda a parte até que chegaram ao banheiro. Uma das seções estava trancada: o local onde as meninas tomavam banho. Arrombaram a porta e tiveram a surpresa: A menina, toda suja, havia se enforcado com a mangueira do chuveiro.