Quem cola...
Quem cola...
Você está ali, concentrado, tentando responder as perguntas da prova; olha para o lado e seu colega pede a resposta da “três”; lê a “três” e fica sabendo que não sabe. Recebes um cutucão do colega "de trás" que deseja saber quem foi Brás Cubas; a professora percebe o papo e pede para cada um cuidar da sua prova.
O tempo está passando e você continua sendo cutucado –o pior é que não têm nenhuma de marcar xis! Quem foi Machado de Assis? Será que ele era o pai do Brás Cubas? Não, não era. Não dá nem pra tirar a “cola” do bolso porque a professora faz marcação cerrada. Ano de publicação da obra? Machado de Assis era uma obra? Não, não era.
Seu colega “da frente” propõe uma troca de prova –a professora não vai perceber. Você troca de prova na esperança de que seu colega saiba alguma coisa; ele não sabe porcaria nenhuma. Vocês destrocam a prova. Vai tirando devagarzinho a "cola" do bolso: um olho na “cola”, o outro na professora.
Agora, sim: Machado de Assis é escritor... Como não se lembrar, né? Brás Cubas era um personagem! Claro, quem não sabia?! Isso é fato. Mas e as outras perguntas, como é que ficam? Em branco, ora. Mas você ficará com nota baixa! Que nada, pra quem ia tirar zero, qualquer nota serve. Você não contava com a astúcia dos seus colegas: “passa a cola, passa a cola!”.
Você pega a sua “colinha” e passa para o colega “de trás”, que passa para o de trás... E assim vai, até que a “cola” passa pela sala inteira e o sino bate.
A semana passa. Chega o dia de conferir quanto você tirou na prova. Zero? Como assim? Como zero, se você respondeu quem era Brás Cubas e Machado de Assis?
Tirando o Cabelo-Lambido, o único que tinha lido o tal livro, o restante da sala ficara com nota baixa, só porque responderam as perguntas da seguinte maneira:
“Quem foi Machado de Assis?
R: Um escritor.
Quem foi Brás Cubas?
R: Um personagem. (Alguns escreveram ‘personajem’).
Moral: é preciso ser esperto até para colar. Você fica sabendo que nem pra isso presta.