As estrelas não são estrelas e alguns mais

03/10/2011 15:24

 

As estrelas não são estrelas

 

Não sei mais o que escrever.

As letras são meu asilo.

Alguém me diz alguma coisa,

mas já não há mais tempo

e o mundo acaba.

A vida está retorcida;

as imagens fora de foco.

Fico nessa patética loucura

de me imaginar normal.

As estrelas não são estrelas.

O que diz o espelho:

as estrelas estão ocultas.

Escrever é escutar a alma.

A alma é uma estrela oculta.

 

Compaixão

 

Coitada da filha de Fulano que mal se perdeu e já está se achando.

 

Desculpas

 

Nada posso te dizer hoje; estou com poesia na cabeça.

 

Posse

 

Tenho a pedra em minhas mãos.

Engulo-a.

 

***

           

            Essa membrana que envolve o poeta, e que todos chamam eu poético, acaba por complicá-lo. A poesia como arte tem muitas faces, sábio é aquele que a compreende em seu todo. O poeta quando escreve, escreve antes para si, só depois para os outros; ele se encontra com a poesia para depois oferecê-la ao seu publico.

            Uma das virtudes do escritor é saber transmitir o que se faz necessário, mas, muitas vezes, o homem das letras é incompreendido. A incompreensão significa rompimento; não decifrar a poesia, ou seja, não absorver o sopro d’alma do poeta, é afastar-se da essência poética.

            O poeta –acho eu- tem receio de não ser compreendido; um sentimento de pré culpa (in) compreensível. Interpretar a poesia é entender o poeta que a escreve por não compreender-se - grifo meu, exceção minha.

           

        Já escreveu o grande Mário Quintana um verso que me fez refletir e escrever tais palavras:

 

O Trágico Dilema

 

             “Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.”

 

 

Escrevo para quem? Tudo está além de mim.

 

 

Aguardo críticas...