As estrelas não são estrelas e alguns mais
As estrelas não são estrelas
Não sei mais o que escrever.
As letras são meu asilo.
Alguém me diz alguma coisa,
mas já não há mais tempo
e o mundo acaba.
A vida está retorcida;
as imagens fora de foco.
Fico nessa patética loucura
de me imaginar normal.
As estrelas não são estrelas.
O que diz o espelho:
as estrelas estão ocultas.
Escrever é escutar a alma.
A alma é uma estrela oculta.
Compaixão
Coitada da filha de Fulano que mal se perdeu e já está se achando.
Desculpas
Nada posso te dizer hoje; estou com poesia na cabeça.
Posse
Tenho a pedra em minhas mãos.
Engulo-a.
***
Essa membrana que envolve o poeta, e que todos chamam eu poético, acaba por complicá-lo. A poesia como arte tem muitas faces, sábio é aquele que a compreende em seu todo. O poeta quando escreve, escreve antes para si, só depois para os outros; ele se encontra com a poesia para depois oferecê-la ao seu publico.
Uma das virtudes do escritor é saber transmitir o que se faz necessário, mas, muitas vezes, o homem das letras é incompreendido. A incompreensão significa rompimento; não decifrar a poesia, ou seja, não absorver o sopro d’alma do poeta, é afastar-se da essência poética.
O poeta –acho eu- tem receio de não ser compreendido; um sentimento de pré culpa (in) compreensível. Interpretar a poesia é entender o poeta que a escreve por não compreender-se - grifo meu, exceção minha.
Já escreveu o grande Mário Quintana um verso que me fez refletir e escrever tais palavras:
O Trágico Dilema
“Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.”
Escrevo para quem? Tudo está além de mim.
Aguardo críticas...