A Arte de enganar os pais
Juninho volta do passeio ao sítio dos seus avós. Mas ao chegar em casa é interrogado por sua mãe:
− Juninho, meu filho, eu conversei com sua professora e ela me disse que você anda passando a mão na bunda de suas coleguinhas. Que coisa feia, hein?, Junior Eduardo?
− Não foi culpa minha não mãe; foi acidente. O Julio disse que a Mariazinha queria falar comigo, mas quando eu cheguei para falar com ela, ele me empurrou e eu tive que segurar em alguma coisa; daí eu segurei na bunda dela.
− E a história de que você anda tentando ver a calcinha das meninas?
− Tudo mentira! Eu só cai e olhei para cima.
− Você jura?
− Juro mãe; juro pelo meu carneirinho.
O Carneirinho era uma das coisas que Juninho mais gostava.
O diálogo continuou:
− E como você me explica essa nota baixa em redação?
− É que a professora na explicou que texto era para fazer –Não explicou não!- daí eu escrevi uma piada.
− Sei. Dessa vez passa, mas da próxima...
Da próxima vez passaria também; não fosse o telefonema.
− Alô? Oi mãe, tudo bem? E o Juninho, deu muito trabalho?
− Não deu não filha, só tô ligando pra saber se ele ainda está tristonho com a morte do carneirinho dele.
A mãe desligou o telefone e Junior Eduardo... E Junior Eduardo não passou dessa vez.