A Arte de enganar os pais

07/10/2011 16:49

       

               Juninho volta do passeio ao sítio dos seus avós. Mas ao chegar em casa é interrogado por sua mãe:

            − Juninho, meu filho, eu conversei com sua professora e ela me disse que você anda passando a mão na bunda de suas coleguinhas. Que coisa feia, hein?, Junior Eduardo?

            − Não foi culpa minha não mãe; foi acidente. O Julio disse que a Mariazinha queria falar comigo, mas quando eu cheguei para falar com ela, ele me empurrou e eu tive que segurar em alguma coisa; daí eu segurei na bunda dela.

            − E a história de que você anda tentando ver a calcinha das meninas?

            − Tudo mentira! Eu só cai e olhei para cima.

            − Você jura?

            − Juro mãe; juro pelo meu carneirinho.

            O Carneirinho era uma das coisas que Juninho mais gostava.

            O diálogo continuou:

            − E como você me explica essa nota baixa em redação?

            − É que a professora na explicou que texto era para fazer –Não explicou não!- daí eu escrevi uma piada.

            − Sei. Dessa vez passa, mas da próxima...

            Da próxima vez passaria também; não fosse o telefonema.

            − Alô? Oi mãe, tudo bem? E o Juninho, deu muito trabalho?

            − Não deu não filha, só tô ligando pra saber se ele ainda está tristonho com a morte do carneirinho dele.

            A mãe desligou o telefone e Junior Eduardo... E Junior Eduardo não passou dessa vez.